Dólar avança com dados de emprego e juros dos EUA em foco

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O dólar subia frente ao real e o Ibovespa tinha leve baixa nesta terça-feira (29), à medida que investidores digeriam novos dados de emprego dos Estados Unidos e se posicionavam para a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e a eleição presidencial norte-americana, ambas na próxima semana.

Nesta sessão, os mercados globais começavam a receber os primeiros números do que será uma semana de agenda macroeconômica cheia, com dados de vagas de emprego em aberto nos EUA e um índice de confiança do consumidor norte-americano moldando o apetite ao longo da manhã.

Investidores também continuavam a fazer ajustes em suas posições na espera dos dois grandes eventos da próxima semana: a reunião do Fed, em que se espera um corte de 25 pontos-base na taxa de juros, e a eleição presidencial dos EUA, com os mercados apostando na vitória do ex-presidente Donald Trump.

Às 14h42, o dólar subia 0,79%, cotado a R$ 5,754. Enquanto o Ibovespa, no mesmo horário, recuava 0,32%, aos 130.792,39 pontos.

No cenário doméstico, o mercado avaliou mais cedo comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), onde disse que a desancoragem das expectativas do mercado para a inflação preocupa muito a autoridade monetária.

Também estava no radar a temporada de balanços corporativos, com destaque para os resultados trimestrais do Santander Brasil.

A Alphabet inicia os balanços das chamadas “Sete Magníficas” nesta terça-feira, seguida de Meta Platforms e Microsoft na quarta e Apple e Amazon na quinta.

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Mercado de trabalho nos EUA

Nos próximos quatro dias, uma enxurrada de dados será divulgada, fornecendo instantâneos cruciais da economia dos EUA antes de uma eleição crucial e de uma reunião do Federal Reserve.

Uma atenção especial estará no relatório de emprego de outubro nos EUA, a ser divulgado na sexta-feira, em que investidores buscarão avaliar o estado do mercado de trabalho e consolidar suas apostas sobre os próximos movimentos do Fed.

Havia uma estimativa de 7,4 milhões de vagas não preenchidas no último dia de setembro, uma queda em relação à contagem revisada de agosto de 7,86 milhões de vagas , de acordo com novos dados divulgados na terça-feira pelo Bureau of Labor Statistics.

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Economistas esperavam que o número de vagas de emprego chegasse a cerca de 7,9 milhões, abaixo da estimativa inicial do mês anterior de 8,04 milhões, de acordo com estimativas da FactSet.

O mercado precifica os próximos movimentos do banco central dos EUA, que deve realizar cortes graduais na taxa de juros em suas próximas reuniões, e as apostas na vitória do ex-presidente Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro.

Dados fortes da economia norte-americana têm apaziguado temores de enfraquecimento do mercado de trabalho, o que havia motivado o início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Fed, com um corte de 50 pontos-base na taxa. Números de inflação também têm mostrado que a alta dos preços está na direção da meta de 2%.

Operadores veem 97% de chance de o Fed reduzir os juros em 25 pontos-base ao fim de sua reunião em 7 de novembro. A perspectiva de juros mais altos do que o projetado anteriormente tem elevado os rendimentos dos Treasuries, o que favorece a divisa norte-americana.

Estará no radar ainda o PIB dos EUA para o terceiro trimestre, na quarta-feira, e o índice PCE — indicador de inflação preferido do Fed —, na quinta-feira.

“Mercado já está precificando uma vitória de Trump. Se dados vierem fortes e Trump vencer a eleição de fato, vamos ter uma nova repreficicação dos ativos, porque seria um cenário perfeito para uma política monetária mais dura nos EUA”, disse Victor Furtado, head de alocação da WI Capital.

Cenário doméstico

No cenário doméstico, o mercado segue na espera de prometidas medidas de contenção de gastos pelo governo.

“Não temos muitos indicadores no Brasil para esta semana, então o mercado doméstico continua olhando para a questão fiscal, com uma expectativa muito grande por um novo pacote”, afirmou Furtado.

Na quarta-feira, o foco no Brasil estará na divulgação de dados do Caged para setembro, com a projeção de analistas consultados pela Reuters de que haja uma desaceleração na criação de vagas formais de trabalho para 227.600, de 232.513 em agosto.

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Edson Marcelo Caramelo

Administrador de Empresas formado pela Universidade Católica Dom Bosco, especialista em blogs, escritor e produtor de infoprodutos.

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