PCdoB anuncia oficialmente a saída de Manuela D’ávila, após 25 anos de filiação ao partido

O PCdoB anunciou neste domingo a saída oficial da ex-deputada federal Manuela D’Ávila do partido. Em nota oficial publicada nas redes sociais, a sigla afirma que a decisão partiu da ativista, mesmo após “um diálogo persistente e respeitoso, no esforço para que o desfecho fosse outro”. Após 25 anos na militância da legenda, Manuela disse no mês passado que era uma “mulher sem partido” por “falta de opção”.

No comunicado oficial emitido pelo PCdoB, a Comitiva Nacional destacou a formação da ex-parlamentar como uma “liderança da esquerda e do campo progressista no Brasil”. Ativista, jornalista, escritora e empresária, Manuela D’Ávila foi vereadora, deputada federal e estadual pelo PCdoB. Em 2018 assumiu como vice na chapa à presidência de Fernando Haddad (PT), quando Lula foi impedido de participar da disputa. Os dois foram derrotados por Jair Bolsonaro.

Na nota, a sigla também afirmou que foram feitos esforços para que ela continuasse no quadro de correligionários, mas que não tiveram o resultado esperado. “Convictos de que no PCdoB Manuela poderia desempenhar papéis relevantes para a reconstrução do país, nesse momento de grandes exigências da luta de classes no Brasil e no mundo, empreendemos com ela um diálogo persistente e respeitoso, no esforço para que o desfecho fosse outro”, diz a nota.

A ex-deputada federal já havia anunciado que deixaria a legenda mês passado, ao participar de um debate promovido pelo ICL Notícias. Ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de criar uma nova sigla de esquerda, ela disse:

“Depois de 25 anos num único partido, eu não sou uma mulher sem partido por opção, eu sou por falta de opção, por falta de condições de qual caminho seguir. Esta é minha reflexão individual e coletiva daqueles que militam comigo”, disse.

Durante a sua fala, a ex-parlamentar também destacou críticas que recebe dentro da esquerda sobre a posição que deve ser tomada contra o bolsonarismo.

“O mínimo é o direito de debater com franqueza. Sinto certa obstrução. Cada vez que a gente abre uma mesa sobre como avançar na esquerda, a gente escuta: “Opa, estão ajudando o Bolsonaro.” Eu não tô. Quem nós nos tornamos nesse mundo em crise? Nos tornamos defensores de uma certa institucionalidade que nós, originalmente, deveríamos enfrentar — declarou aos outros convidados”.

 

Picture of Edson Marcelo Caramelo

Edson Marcelo Caramelo

Administrador de Empresas formado pela Universidade Católica Dom Bosco, especialista em blogs, escritor e produtor de infoprodutos.

Posts Relacionados

Compartilhe:

Mais Postagens

Uncategorized

Consultoria da Câmara sugere medidas para governo economizar mais de R$ 1 tri em dez anos

Em meio às discussões no governo sobre corte de gastos, estudo da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados sugere duas medidas com potencial para equilibrar as contas públicas: desindexação de benefícios previdenciários e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) do valor do salário mínimo; e a desvinculação de despesas com os pisos da saúde

Leia Mais »
Uncategorized

Síria acusa Israel de bombardear arredores de Damasco

A Síria acusou, nesta segunda-feira, 4, Israel de efetuar uma série de bombardeios contra os arredores de sua capital, Damasco, que nos últimos meses foi atacada em múltiplas ocasiões pelas forças israelenses, informou a agência de notícias oficial síria “Sana”. “Informações preliminares sobre uma agressão israelense dirigida contra as proximidades de Sayyida Zeinab, ao sul

Leia Mais »

Vendas recordes em outubro: BYD e montadoras chinesas impulsionam mercado

As montadoras chinesas atingiram novos recordes de vendas mensais em outubro, com destaque para a BYD, que pela primeira vez alcançou a marca de 503.000 veículos vendidos, um crescimento de 66,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos primeiros dez meses de 2024, as vendas acumuladas da BYD foram de 3.250.500 unidades, representando

Leia Mais »
Uncategorized

PF conclui inquérito sobre assassinato de Bruno Pereira e Dom Philips

Após quase dois anos e meio de investigações, a Polícia Federal (PF) concluiu, na última sexta-feira, 1º  de novembro, o inquérito sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. “A investigação confirmou que os assassinatos foram em decorrência das atividades fiscalizatórias promovidas por Bruno Pereira na região. A vítima atuava

Leia Mais »

Envie-nos uma Mensagem

Pular para o conteúdo