Quincy Jones fez a trilha de um comercial da Nike com uma seleção brasileira que encantava o mundo

Os torcedores brasileiros tinham uma música chiclete na cabeça na Copa de 1998. Foi “Soul Bossa Nova”, do produtor musical Quincy Jones, falecido neste domingo, 3 de novembro. A peça instrumental foi usada em um comercial da Nike, que mostrava craques da seleção brasileira e de outros países jogando uma pelada na praia.

O destaque do comercial era Ronaldo, que acabava de ganhar o apelido de Fenômeno, em plena forma. O atacante da Inter de Milão fora reserva na vitoriosa seleção brasileira de 1994 e estava embarcando para o Mundial da França como uma promessa.

Ronaldo de fato brilhou naquela Copa, até sofrer a convulsão na final contra a França. No comercial, outros jogadores daquela seleção, como Roberto Carlos, e de outros times, como Luís Enrique, da Espanha, jogam um dia todo, depois continuam à noite e só param na manhã seguinte, quando a bola cai num caminhão de lixo em movimento.

De um álbum de jazz a um filme de Austin Powers

A música de fundo é “Soul Bossa Nova” e foi lançada no sétimo álbum de Quincy Jones, “Big Band Bossa Nova”, pela Mercury Records, em 1963. Em entrevistas, Jones costumava dizer que compôs a peça em 20 minutos, logo após voltar de uma turnê pelo Brasil com Dizzy Gillespie.

Jones voltou influenciado pela bossa nova, que, assim como o músico nascido em Chicago, começava a ganhar fama pelo mundo. O som mais característico da música é o de uma cuíca. O piano de Chris White faz a introdução e o destaque fica por conta da flauta de Jerome Richardson.

“Soul Bossa Nova” era boa demais, contagiante demais, para ficar presa a um LP de jazz. A música foi tema de filmes como O Homem do Prego, de Sidney Lumet, em 1964, Um Assaltante Bem Trapalhão, de Woody Allen, de 1969, e Austin Powers – Um Agente Nada Discreto, de 1997.

Até chegar no comercial da Nike. As cenas do filme mostram os maiores craques daquele tempo correndo descalços na areia, executando jogadas brilhantes, sempre brincando, com um sorriso no rosto. É o futebol em seu estado mais inocente. Difícil ver o filme e não ter vontade de correr atrás de uma bola. Ou de ouvir “Soul Bossa Nova” até cansar.

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Edson Marcelo Caramelo

Administrador de Empresas formado pela Universidade Católica Dom Bosco, especialista em blogs, escritor e produtor de infoprodutos.

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